terça-feira, 23 de dezembro de 2008

A sinfonia da morte


usei 3 dias para idealizar e concluir. Claro! Logo mais receberá adaptações... no entanto posso dizer que concluí meu primeiro conto.


Numa cidade fria, pouco povoada, com moradores pacatos e extremamente religiosos, se tinha um imenso rigor na educação e desde cedo era ensinado aos seus filhos bons modos. Nas famílias que havia mulheres adolescentes, havia também um rígido controle em face da virgindade e para não ser vítima de falsos moralistas.

Certo dia, um jovem moço, de não mais que 25 anos, de aparência elegante, em forma, e que usava de seu carisma e do seu violino para encantar a todos por onde andava, chegou à cidade. Esse aparente bom moço escondia um segredo. Era algo tão fervoroso que escondia até de si próprio. Era um segredo intrigante e que revelava todo o passado deste ser adorável.

Seu violino soava perfeito, as curvas que esse violino possuía eram tão belas que a todos arrancava atenção. Durante a noite, parecia o brilho da lua, durante o dia era o espelho do sol. Um instrumento harmonioso. O jovem rapaz, que possuía tão bela aparência, apresentou-se em praça pública com seu instrumento tão perfeito e assim foi conseguindo ligação com os moradores daquela pacata cidade.

Às perguntas, ele respondia que era fruto de um casamento trágico, em que seu pai matou sua mãe por ciúmes, com lâminas tão afiadas que só de aproximar ao corpo fazia correr rios de sangue. Sua mãe havia sido esquartejada. E com medo de seu pai, pegou tudo que pôde, inclusive o violino, e saiu pelos lugares a fugir.

Durante meses usou da música para saudar seu amor por sua falecida mãe, bem como ganhar dinheiro para se suster nas cidades por onde andara.

Seu repertório era perfeito, algo angelical, e ficava tudo fantasmagórico quando ele tocava. A cada noite, seu olhar com cabelos em frente dos olhos, mais as músicas, e seu companheiro violino ia apaixonando as donzelas da vizinhança.

Após semanas da presença deste belo moço na região houve um fato nunca visto na redondeza; o desaparecimento da bela jovem Maria Helena, de pele clara, olhos castanhos, e bochechas rosadas.

Ela se viu atraída pela formosura e talento daquele rapaz, que a arrancava suspiro.

Seu desaparecimento comoveu toda a cidadela, bem como os poderes e autoridades locais. 

O jovem que todos os dias tocava com seu violino na pequena praça da cidade, ganhava ainda mais tom de beleza em suas canções. O clima tenso e desesperador da família da grácil Maria Helena contrastava com as mais suaves canções daquele belo músico. E com os meses, suas músicas e sons de seu violino iam ficando mais divinos a medida que as mais belas e donzelas moças da cidadela iam desaparecendo, uma após outra.

A cada desaparecimento, mais suave e angelical, apaixonante, ia ficando as sinfonias tocadas por ele em praça pública.

A pequena cidade se via em desespero, e parecia que nada atingia o talento do músico. As ruas se viam em luto, a polícia não conseguia responder o que acontecia com as donzelas, a população evitava sair às ruas, ao menos para diariamente ir ouvir as canções daquele belo rapaz, de talento impressionante.

A cada novo desaparecimento, mais suave ficavam as sinfonias por aquele rapaz, era algo sublime o tom das sinfonias, era como voz da mais pura inocência.

Essa situação se perpetuou até o desaparecimento de Mayra, uma garotinha de 13 anos, em que a natureza ainda desenhava seus traços, e, assim como em todas as meninas desta idade, o amor começava a surgir, ela era mais uma que estava apaixonada pelo músico e suas sinfonias, e ao dormir, sempre sonhara cantando seus sonhos e amores.

A garotinha de 13 anos foi o primeiro corpo a ser encontrado, apesar de ser e o ultimo a ter sido desaparecido. A ingenuidade da menininha, e sua inocência fez acordar o desejo do músico. Ela estava morta, com cortes de lamina por todo corpo, num casebre distante do centro daquela cidade.

Nesta mesma casa, que havia sido abandonada há décadas, e estava em ruínas, no outro cômodo, um mais escuro, havia um instrumento musical, aquele usado para soar os mais belos sons já ouvidos em algum tempo naquela região.

Bem antes de desconfiarem do jovem músico, ele trouxe sua ultima vítima para seu canteiro, a jovem Mayra, que de tão pura e semblante sereno, provocou seu maior desejo e até então, segredo, esquartejou-a com as cordas de seu violino que foram as lâminas usadas por seu pai contra sua mãe, e agora que o som deste tornava-se cada vez mais psicótico, ele revelou a si próprio o auge do seu maior desejo, e introduziu sua ultima sinfonia, a sinfonia da morte, que do violino ainda ensangüentado, emita a voz de todas as mortes e desaparecimento, inclusive a da sua mãe. E se enforca com as cordas do seu instrumento.

NETOgothic

Um comentário:

  1. Nossa...meio sombrio mais mt enterresante...simplismente adorei seu conto...
    teve um otimo desfecho
    fico ate sem palavras....mt bom mesmo

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